Como avaliar a saúde financeira de uma empresa?
Gestão FinanceiraÉ impossível garantir o sucesso de um negócio sem compreender como avaliar a saúde financeira de uma empresa. Aliás, a principal diferença entre um negócio sustentável com futuro e um negócio sem perspetivas está mesmo no rigor da análise dos resultados financeiros. Esses dados permitem tomar decisões informadas, não só de investimento, mas também de venda de ativos e expansão do negócio.
Como, no final de cada trimestre, os resultados financeiros das empresas são escrutinados a fundo pelo mercado e pelos investidores, deverá conhecer os indicadores fundamentais — por exemplo, a margem de lucro e o fluxo de caixa operacional —, para compreender e melhorar a saúde financeira da sua empresa.
O que é a saúde financeira de uma empresa?
A saúde financeira consiste na capacidade de uma empresa controlar o capital adequadamente para pagar as suas despesas, fazer investimentos e gerar receitas e lucros. Portanto, organizações com uma boa saúde financeira conseguem:
- Fazer mais investimentos;
- Atrair mais clientes;
- Expandir o seu negócio;
- Cumprir os seus objetivos estratégicos.
Determinar como avaliar a saúde financeira de uma empresa implica, assim, ter atenção a múltiplos indicadores específicos conhecidos como KPI.
Como avaliar a saúde financeira de uma empresa com KPI?
Para qualquer empresa, é, sem dúvida, imperativo conduzir uma monitorização constante dos resultados financeiros. Mas, como? Através de uma frequente análise dos key performance indicators (KPI), essenciais na gestão financeira nas empresas, poderá manter-se atualizado, evitar surpresas e adaptar-se a mudanças.
Os KPI são indicadores que, tal como o nome indica, ajudam as empresas a monitorizarem o cumprimento dos seus objetivos estratégicos. Para tal, cada KPI definido deve seguir os critérios SMART, isto é, deve ser:
- Specific (Específico);
- Measurable (Mensurável);
- Achievable (Alcançável);
- Relevant (Relevante);
- Time-based (Situado no tempo).
Especificamente, do ponto de vista do desempenho financeiro, as métricas mais relevantes para determinar como avaliar a saúde financeira de uma empresa são os rácios de liquidez, rentabilidade e solvência. Importa, assim, compreender com mais detalhe em que consistem e como funcionam estes indicadores.
Rácios de liquidez
Estes são os principais indicadores financeiros de uma empresa utilizados para determinar a sua capacidade de cumprir obrigações de pagamento de dívidas a curto prazo, tendo em conta os ativos correntes, ou seja, sem recorrer a capitais externos.
Estes rácios financeiros de liquidez, essenciais para perceber como avaliar a saúde financeira de uma empresa, dividem-se, então, em três categorias distintas:
Rácio corrente |
Rácio imediato |
Rácio de fluxo de caixa operacional |
O indicador corrente mede a capacidade de a empresa pagar as suas obrigações atuais utilizando o total dos seus ativos correntes, nomeadamente: dinheiro, pagamentos a receber (por exemplo, pela prestação de serviços ou pela venda de produtos a clientes) e inventários. |
Este dado segue a mesma lógica do ponto anterior, com a exceção de que os ativos contabilizados para o pagamento das obrigações incluem os seus ativos com mais liquidez, excluindo os inventários. |
Resumidamente, este indicador determina se as operações normais de uma empresa bastam para esta conseguir cumprir as suas obrigações a curto prazo. O cálculo efetua-se dividindo o fluxo de caixa operacional (o dinheiro que a empresa obtém com as suas operações habituais) pelas suas responsabilidades atuais (por exemplo, dívidas a pagar). |
Rácios de rentabilidade
Os rácios de rentabilidade medem a capacidade de uma empresa gerar lucro. Para avaliar essa capacidade, deve ter-se em conta as receitas, os custos operacionais, os ativos e o capital de acionistas.
Nas demonstrações financeiras trimestrais, semestrais ou anuais, estes rácios de rentabilidade revelam-se, geralmente, os mais importantes. Aliás, estes indicadores utilizam-se para comparar o desempenho da empresa com o das rivais no mercado e com o seu passado.
Estes rácios de rentabilidade, determinantes para perceber como avaliar a saúde financeira de uma empresa, dividem-se, então, em duas categorias distintas:
Rácios de margem
Em suma, os rácios de margem das empresas medem a sua rentabilidade em diferentes níveis ou momentos de cálculo, englobando indicadores cruciais, como:
- Margem bruta;
- Margem operacional;
- Margem antes de impostos;
- Margem de lucro.
A margem de lucro constitui, certamente, o rácio mais importante para perceber como avaliar a saúde financeira de uma empresa. Esta refere-se, assim, ao montante que a empresa auferiu com o negócio, após a contabilização de todos os rendimentos e gastos.
Rácios de retorno
O retorno consiste na quantia recebida após um investimento. Neste caso, os rácios de retorno analisam a capacidade de a empresa recompensar os seus acionistas. Entre estes indicadores destaca-se, por exemplo, o retorno sobre os capitais próprios (ROE), isto é, o retorno que a empresa obtém ao investir o seu capital.
Rácios de solvência
Os rácios de solvência tornam-se fulcrais para compreender como avaliar a saúde financeira de uma empresa. Afinal, a sua análise permite determinar se a empresa conseguirá pagar dívidas a longo prazo.
Portanto, em vez de considerarem apenas as dívidas a curto prazo, os rácios de solvência incluem todas as responsabilidades da empresa, mesmo as de médio, longo ou muito longo prazo. Esta é, então, a principal diferença entre os rácios de solvência e os rácios de liquidez.
Além disso, os rácios de solvência revelam-se determinantes para os investidores decidirem se os seus investimentos na empresa valem a pena e não são arriscados.
Que desafios afetam a saúde financeira de uma empresa e como os contornar?
Múltiplas variáveis podem impactar negativamente a saúde financeira de uma empresa. Mudanças no mercado, como, por exemplo, alterações no comportamento dos consumidores ou crises financeiras, colocam desafios às organizações.
Para enfrentar qualquer desafio e salvaguardar a sua saúde financeira, uma empresa deve, então:
- Elaborar um plano financeiro sólido, alinhado com os seus objetivos estratégicos. Assim, conseguirá conduzir uma melhor gestão de riscos em caso de crise, evitando erros e endividamento desnecessário.
- Criar um fundo de emergência que assegure o funcionamento da empresa, pelo menos, durante um ano. Graças a essa salvaguarda, a empresa manterá uma margem de manobra e a sua autonomia financeira mesmo em períodos críticos.
Além de tomar todas estas precauções, deve compreender como avaliar a saúde financeira de uma empresa, para garantir a sustentabilidade do negócio. Afinal, sem uma análise financeira cuidada das demonstrações financeiras e dos indicadores fundamentais, nunca conseguirá alcançar o verdadeiro potencial da sua empresa.
Apostar numa boa gestão financeira significa, assim, no sucesso da sua empresa precisar de apoio neste processo, contacte os especialistas da VALORA.